Confira 4 tópicos essenciais para desenvolver com sua equipe.
1. APRENDENDO A APRENDER
Aprender é adaptar-se, é transformar-se de forma a tirar o melhor proveito do ambiente e suas condições. Essa adaptação é uma questão de sobrevivência, podemos falar tanto em termos biológicos como sociais. As habilidades necessárias para a boa execução desse curso estão relacionadas justamente com nossas habilidades sociais modernas. Portanto, daremos uma olhada em aspectos comportamentais e comunicacionais que precisamos aprender.
Um trabalho consiste em uma rotina com diversos procedimentos executados em ordem ou de forma aleatória conforme a necessidade. Essa sequência de movimentos como puxar, empurrar, digitar, telefonar etc., requer certas técnicas, conhecimentos e habilidades. A palavra técnica define um conjunto de procedimentos. Podemos e devemos aprender, ou em outras palavras, nos adaptar para saber fazer tais atividades e nos darmos bem no mercado de trabalho.
Há sempre 2 formas de aprender: O jeito fácil e o jeito difícil.
Como você mais gosta de aprender?
Lendo
Fazendo
Assistindo vídeos
Contudo, aspectos comportamentais e comunicacionais são mais relevantes na nossa sociedade atual. Esses aspectos influenciam muito nosso desempenho no trabalho, assim como afetam de forma direta e impactante nossa qualidade de vida fora do trabalho. Estamos falando das relações pessoais, fatores psicológicos e emocionais relacionados a família, doença, manutenção do emprego, relacionamento interpessoal no trabalho, cobrança, prazos e resultados.
Podemos aprender através de leituras, assistindo um vídeo, ouvindo outras pessoas falarem e aprendemos também através de nossas experiências. Podemos aprender ouvindo uma recomendação de não colocar minha mão no fogo porque queima e dói, ou podemos botar a mão no fogo e aprender dolorosamente que queima. Simplificando, há sempre duas formas de aprendermos as coisas: O jeito fácil ou o jeito difícil.
Para melhor aproveitamento e encaixe dentro das rotinas de trabalho, cada página da apostila é um tópico do conteúdo programático que se inicia e se encerra na própria página. A leitura e respectiva atividade de cada página são programadas para durar 10 minutos, tempo que não excede nossa capacidade de concentração e ainda nos permite realizar o curso aos poucos, se for essa a necessidade, e em pequenas janelas durante o expediente.
Considere essas sugestões:
1. Procure estar descansado e relaxado para iniciar sua rotina de estudos.
2. Escolha um local e horários adequados para seus estudos. Como esse curso é uma obrigação trabalhista, cabe ao empregador determinar o local, dias e horários, podendo levar em conta e concordar com a preferência do colaborador.
3. Se realizar durante o horário de trabalho, certifique-se que ao iniciar a leitura de um tópico, você terá 10 minutos sem interrupções, para poder executar a rotina da página com a devida concentração e foco.
4. A depender do perfil do profissional e do empregador, fazer pequenos estudos pontuais, como por exemplo, os 10 minutos citados, pode ser mais eficiente. Algumas pessoas e empresas, porém, funcionam no oposto.
5. Se achar que cursos de saúde e segurança são repetitivos e você não tem mais nada a aprender, garanta de revisar sua rotina de trabalho e alinhar seu estudo para as tarefas e dificuldades do cotidiano para um mínimo satisfatório.
2. COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO
Fazendo um trocadilho, comunicação e comportamento são os três lados de uma moeda. Isso porque um mais o outro é igual a relacionamento. Na verdade, estamos falando de 3 palavras diferentes que resumem o mesmo significado: A interação entre as pessoas. É esse contato, essa interação, que faz da gente quem a gente é. Seja porque queremos ser iguais a alguém, seja porque queremos ser diferentes de alguém, os outros fazem da gente quem a gente é.
Começa com os pais em casa, depois amigos na escola, no trabalho, comunidade etc. Vai das coisas que você come ou quer, como um carro, uma roupa ou um celular. Todo o nosso comportamento é baseado no que vimos os outros fazerem, uma ou várias vezes. Pode ser bom ou pode ser ruim, é o exemplo que ensina. Que tipo de exemplos estamos dando no trânsito, no trabalho ou ainda em nossas casas para nossos filhos? Fiquemos com essa pergunta para refletir, ou não.
Se você é gestor, encarregado ou cipeiro, pai ou mãe, seu discurso começa sempre com exemplos, suas atitudes.
Quem não se comunica, se trumbica. No nosso caso, quem não se comunica se acidenta ou coloca outros em risco de acidente. Comunicação é entender, entender o que me falam, e na outra ponta, me fazer entender. Então, comunicação é entender o outro, é entender a palavra do outro, mas também entender sua posição, sua situação. Assim, comunicação é empatia, é a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender as coisas do ponto de vista dele, e agir como ele.
Falta de comunicação causa de acidente de trânsito e de trabalho, quando um motorista não dá a seta ou liga a seta errada, por exemplo, ou também nas rotinas de bloqueio e sinalização de uma máquina. Então, comunicação não é apenas falar. De fato, falar é uma parte pequena da comunicação. A principal é o exemplo. Ou seja, não basta falar para fazer o certo e seguro. Você tem que ser o primeiro a fazer isso. Fazer é comportamento, é um exemplo.
Um gesto vale mais do que mil palavras. Um gesto é fazer, é comportamento, é exemplo. É uma forma de se comunicar.
Nós esperamos exemplos uns dos outros. Assim, aprendemos a andar, aprendemos a falar. Aprendemos a ser quem somos por causa do outro. Quando o assunto é exemplo, o mais importante é ser coerente, evitar a contradição, se esforçar para falar e agir de forma correta e segura. Entre o que se fala e o que se faz, as pessoas vão sempre escolher a atitude, o exemplo. Advertir colegas por regras de segurança que você mesmo viola, os deixa apenas confusos.
Porém, por mais que possamos ser influenciados, no final a decisão é sempre nossa. É uma escolha. A pressão do grupo é muito forte. A tentação do mais fácil e rápido também, mas é uma escolha. Temos que segurar firme, falar menos, fazer mais e lembrar que é o bom exemplo que constrói. Porém, e talvez mais importante ainda, seja lembrar que o mal exemplo também constrói. No final, as escolhas são sempre nossas porque as consequências também são.
3. PERCEPÇÃO E RACIOCÍNIO
Percepção é a ação de perceber, que é a habilidade de aprendermos através dos nossos sentidos e da nossa mente, o que nos liga também a nossa capacidade de raciocinar. Raciocínio que é usar nossa mente para relacionar coisas, fatos, ações, causas e consequências a partir do que somos capazes de perceber através dos sentidos. Para a partir daí, executarmos nossas rotinas diárias e tomarmos as mais variadas decisões.
Quando o assunto é saúde e segurança, e não apenas no trabalho, sermos capazes de perceber corretamente e agir de forma adequada é uma questão de sobrevivência. Esse agir ou essa ação está ligada à nossa capacidade de antecipação, dedução ou mesmo de imaginação frente as possibilidades, justamente do que trata a prevenção. Falhas nesse processo, nos colocam em risco e frequentemente causam doenças e acidentes fatais.
Temos dificuldades severas em aprender e nos adaptar a situações de risco relacionadas a vida moderna.
Vejamos alguns exemplos: Ao percebermos um cachorro com a cara nada amigável vindo em nossa direção, somos capazes de imaginar racionalmente o que pode acontecer de ruim conosco se não agirmos adequadamente. Essa capacidade tem a ver também com aprendizado, como nesse outro exemplo: Eu nunca me queimei no fogo, ainda assim sei que não devo colocar a mão no fogo porque queima e dói.
Ao contrário, vejamos agora exemplos de situações de risco que são muito mais recentes e que, portanto, ainda não aprendemos a interpretar e agir da forma correta. Exemplos que do ponto de vista evolutivo ou instintivo estão conosco há pouquíssimo tempo e aos quais ainda não percebemos como riscos de morte ou doença. Estão relacionados o trânsito, acidentes domésticos, saúde e segurança no trabalho como seguir ou não o procedimento.
Por não agirmos adequadamente e de forma antecipada, acidentes e doenças fatais apenas aumentam.
O trânsito mata uma pessoa a cada 15 minutos, enquanto a cada 4 horas 1 pessoa morre trabalhando e mais de 400 pessoas morrem todos os dias por escolherem fumar. Podemos relacionar ainda ergonomia com sentar corretamente ou a prática de atividade física e boas condições de higiene pessoal que evitam doenças como a COVID. Somos tão limitados que destruímos o ambiente, poluímos a água e cortamos árvores dos quais precisamos para sobreviver.
Precisamos exercitar, treinar, praticar diariamente e o tempo todo nossa capacidade de perceber, raciocinar e agir e nos antecipar as situações que nos prejudicam. Precisamos evitar a distração, a distração da televisão, a distração do jornal, redes sociais, distração das fofocas e notícias irrelevantes. Distração que vem em forma de cansaço também, do estresse do dia a dia, da ansiedade exagerada, todos produtos de nossas escolhas como indivíduos e sociedade.
4. HABILIDADES COMPORTAMENTAIS
Nosso comportamento é nossa melhor ferramenta, nossa melhor tecnologia. Devemos moldar e treinar nosso comportamento para nossos objetivos de curto a longo prazo, priorizando o que é bom para o individual e bom para as demais pessoas. Alcançar e manter um comportamento de alto nível exige esforço, dedicação e tempo. Portanto, confira algumas das habilidades comportamentais mais importantes para um trabalho eficiente e seguro.
Participatividade – Ser participativo é se envolver, é diferente de questionar, dar opiniões ou sugestões e até têm sua importância. Porém, ser participativo mesmo é estar disposto a colocar a mão na massa para fazer acontecer. Portanto, exercite sua habilidade de ser participativo fazendo perguntas adequadas, tirando todas as suas dúvidas, contribuinte com opiniões e sugestões adequadas ao momento e tipo de trabalho e, por fim, arregace as mangas e trabalhe junto.
Uma boa solução é aquela que reforça os requisitos de segurança.
Evitamento de conflitos – O conflito está na raiz da evolução, do melhoramento e do caminho de mais eficiência. Contudo, não é todo conflito que serve ao propósito de um bom trabalho e de um trabalho seguro. Dessa forma, evite dar opiniões ou sugestões de cunho pessoal não relacionados ao tipo de trabalho. Concentre seus comentários no objetivo da tarefa e dos requisitos de segurança, falando de ações, técnicas e procedimentos em vez de comentários pessoais.
Foco em solução – Falar do problema e apontar o dedo para quem causou o problema é um caminho certo para conflitos e distanciamento da solução. Comece por procurar alternativas diferentes para a dificuldade que você está tendo, sempre com base nos requisitos de segurança. Tente pensar a rotina de trás para frente, analise as alternativas e veja como isso pode impactar na segurança. Se a proposta aumentar o risco, volte ao planejamento e siga outro caminho.
Decisão segura é aquela evita o risco em vez de tentar controlá-lo.
Comportamento seguro – Comportamento pode ser um fenômeno complexo, pois em situações diferentes, pessoas agem do mesmo jeito. Contudo, podem também agir de forma diferente em situações idênticas. Comportar-se de forma segura pode ser mais fácil: Siga o procedimento de segurança a risca. Em hipótese alguma, permita deixar seu pensamento livre para tomar decisões. Não pense, siga o procedimento. O trabalho fica mais leve e mais seguro.
Tomada de decisão – Seguir fielmente o procedimento é importante, muito importante, importante demais. Contudo, situações imprevistas podem acontecer, como um cachorro bravo aparecer do nada. Então, oriente seu pensamento a preferir evitar situações de risco, ou seja, prefira fugir do cachorro em vez de enfrentá-lo. Em outras situações, prefira parar o serviço, chamar o responsável e exerça seu direito de recusa solicitando uma nova avaliação dos riscos.
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